Governos existem para gerir os recursos produzidos por todos, patrões e empregados, em prol de todos. Não para escolher entre quem vive ou quem quebra
Marcos Marinho
Especial para o Jornal Opção
Não é a primeira vez que a humanidade se defronta com uma peste que a aterroriza e acaba por ceifar milhares, quiçá milhões, de vidas. Em todas as vezes que algo assim aconteceu, seja por doenças ou até por desastres naturais, que também dizimaram vidas e impactaram de modo profundo na história social e econômica de vários grupos sociais, os líderes da ocasião precisaram adotar medidas para socorrer os seus.
É justamente nestes momentos que nos fica claro qual, de fato, é o alicerce que sustenta o discurso e as ações daqueles e daquelas que se encontram em posição de comando, gestão e/ou referência para os demais que estão aturdidos e sem perspectivas. É quando confrontada com situações que antagonizam de modo agudo interesses conflitantes do tipo: resguardar o dinheiro que alguns possuem ou a vida da maioria das outras, é que vemos como a pessoa é.
Entenda, a preocupação dos que são contrários a tudo o que a ciência médica, as pesquisas, os profissionais de saúde e os economistas sérios preconizam não é o resguardo do trabalho, mas dos lucros que sustentam quem paga para que a maioria trabalhe por/para eles.
Ou é novidade que nos últimos anos todas as medidas tomadas pelos governos, pressionados pelo tal “mercado” que vive de sobe e desce de uma bolsa onde os valores mais importantes nada tem a ver com vidas, mas com cifras, foram na direção de precarizar o trabalho e tornar ainda mais difícil a vida das pessoas?
Há excelentes patrões, empresas fantásticas, assim como há péssimos funcionários e muita gente mau caráter que sempre tenta se aproveitar da necessidade/fragilidade de quem está do lado oposto ao seu. Mas essa não é a principal questão que desejo aqui apontar.
O ponto principal deste texto é reforçar o óbvio: os governos existem para gerir os recursos produzidos por todos, patrões e empregados, em prol de todos. Não para escolher entre quem vive ou quem quebra. Não caia no golpe de “mais direitos ou menos emprego”. Nem do ficar vivo ou passar fome, tá ok?!
Marcos Marinho é professor e consultor político.
Fonte:Jornal Opção
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