sábado, 28 de março de 2020

ESTUDOS BÍBLICOS--Quando a Igreja resolve buscar a face de Deus


Mãos em oração. (Foto: Jenny Friedrichs / Pixabay




A teu respeito diz o meu coração: “Busque a minha face! ” A tua face, Senhor, buscarei. (Salmos 27:8 (NVI)
Muitas pessoas acreditam que o simples fato de irmos ao um templo buscar a Deus, isso demonstra que queremos conhecê-lo. É claro que o Senhor sonda os nossos corações, e conhece verdadeiramente a nossa real motivação, mas o fato é que existe um diferença entre buscar a Deus e buscar a face de Deus.
Muitos são aqueles que buscam a Deus, mas poucos são aqueles que anseiam por buscar a face de Deus, ou seja,conhecer mais Dele.
Na verdade , nem todas as pessoas estão dispostas a conhecer a face de Deus, pois conhecer a face de Deus envolve renúncia, disposição e tempo para conhece-lo como Ele realmente é.
Muitas pessoas acham que Jesus, por ser o Cristo, sendo Ele o Senhor, conhecia tudo a respeito do seu Pai  e muitos questionam:
O que fez Jesus da sua juventude até o começo do seu ministério?
Não precisa ser um bom entender da Bíblia para compreender que Jesus buscava a Deus.
Diz as Escrituras que ele crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. (Lucas 2:40).
A Palavra de Deus conta um episódio muito interessante:
Certa vez, Cristo acabou ficando em Jerusalém pelo tempo da páscoa, na idade de 12 anos e seus pais acabaram  perdendo-0 no regresso. Depois de algum tempo procurando, encontraram-lhe ouvindo e interrogando os religiosos no templo.  Conta-se as Escrituras que  todos que ouviram admiravam de sua inteligência e respostas. (Lc 2:42-47)
O relato dessa história apenas nos indica o anseio que Cristo tinha de conhecer a Seu Pai. Mas foi a declaração ele que deu a seus pais que conseguimos compreender a  sua real motivação por Deus, quando diz:
Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? (Lucas 2:49)
Jesus Cristo buscava a face do Pai e procurava saber a Sua vontade. Não eram alguns minutos diários de devocional a Deus, mas horas e horas. Vemos que o Senhor Jesus buscava incessantemente a Deus em orações, vigílias e jejuns. Buscava também na compreensão das suas Leis e mandamentos, não buscando ser um “conhecedor das Leis”, como os fariseus, mas conhecedor Daquele que as criou.   Como crentes devemos seguir o passos do Mestre e andar como Ele andou (1 Jo 2:6).
Devemos ser uma geração diferenciada, desta má e adúltera de nossos dias. Precisamos ser uma geração santa que não se entrega a falsidade e a mentira.  É necessário que sejamos uma geração limpa de mãos e pura de coração.  Pois esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a face de Deus , do Deus de Jacó. (Salmos 24:4-6)
A questão é que “achar o Senhor” não depende de uma busca qualquer, mas de uma vontade de conhecer o Senhor em sua plenitude.
Como já foi dito , existe uma diferença entre buscar a Deus e “buscar a face de Deus”. Podemos exemplificar isso nos Salmo 42.
O salmo 42 diz: “Assim como a corsa anseia por águas, assim a minha alma suspira por ti, oh Deus !” (Sl 42:1).
Essa expressão “buscar a face de Deus “significa a busca pela Sua presença incessantemente, ansiosamente e desesperadamente. A corsa anseia pelas águas pela sede que tem e porque se banhando naquelas águas consegue se afastar da presença o inimigo que busca arrebanha-la. Da mesma maneira o crente necessita ansiar em sua busca por Deus para  sobrevivência da sua alma e  fugir das astutas ciladas do Diabo. Tanto que a palavra do Senhor diz:
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. (Tiago 4:7-8)
E quando a coletividade busca a face de Deus o resultado não pode ser outro senão a presença gloriosa e manifesta de Deus frustrando assim os intentos astutos do inimigo.
Temos que entender que a busca pela face de Deus nos faz ver a sua glória em toda as nossas obras.
Quando Salomão edificava o templo do Senhor, diz as Escrituras que fogo do céu caiu e a glória do Senhor “encheu a casa” consumindo todo holocausto e sacrifício.
A presença manifesta de Deus foi tão forte que muitos dos sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor devido a glória do Senhor. (2 Cr 6:1-2).
Embora a manifestação de Deus tenha sido algo marcante, foi uma palavra liberada da parte de Deus que confirmou o pacto do Senhor com aquele povo.
Como está escrito:
“Se o meu povo que se chama pelo Meu nome, que se chama pelo meu nome se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7:14).
Nessa passagem o Senhor  fala sobre buscar a Sua face e vemos que existem outros dois processos que o antecedem e um posterior que são importantíssimos para que entendamos o que é buscar a sua face, que é quebrantamento , oração e conversão. Vemos que toda vez que o povo resolveu buscar a face de Deus houve importantes mudanças na sociedade.
A história dos maiores despertamentos e avivamentos na face da Terra ocorreram quando alguém, um grupo ou nação resolveram buscar a face de Deus, quando um povo se reuniu para buscar  a face do Senhor, ou seja, a  presença gloriosa de Deus
Quando a Igreja resolve buscar a face de Deus, bençãos espirituais são derramadas a todos, pois “todos” ficam cheio de Deus. Vemos que tanta na consagração do templo de Salomão, quanto no derramamento do Espírito Santo , a expressão “encheu toda a casa” é a mesma, pois bençãos sem medidas são repartidas e a glória e o poder são visivelmente manifestos.
Por isso que possamos da mesma maneira buscar a face do Senhor, para que sua visitação seja algo visível como diz o profeta Oséias:
“… é tempo de buscar ao SENHOR, até que ele venha e chova justiça sobre vós” (Os 10:12).
Quando Salomão edificou o templo do Senhor uma palavra foi liberada ao povo como condicional a Sua Presença: E esta palavra está registrada nas Escrituras em 2 Crônicas 7:14.
Nesta palavra quatro condições foram estabelecidas por Deus que envolviam:
  1. Humilhação
  2. Oração
  3. Busca pela face de Deus
  4. Conversão.
A primeira se chama humilhação, ou seja, o quebrantamento e a contrição diante da presença de Deus. Diz as Escrituras:
“ Afligi-vos, lamentai e chorai , converta-se o vosso riso em pranto e a vossa alegria em tristeza. Humilhai-vos na presença de do Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4:9-10).
Em algumas versões esse afligir também significa “sentir vossas misérias”, ou seja, abater-se , sentir tristeza de si, quebrantar-se ou chorar diante de Deus. E isso implica numa confissão de pecados que gera um arrependimento genuíno que gera mudança.
A palavra de Deus diz:  Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não desprezará o Deus(Sl 51:17)
Perto está o Senhor dos que tem o espírito quebrantado e salva os de espírito oprimido(Sl 34:18)
Jesus mesmo disse: “O que si mesmo se humilhar será exaltado”(Mt 23:12b).
“Bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados(Mt 5:4).
A segunda condição se chama oração. Você pode se lamuriar suas misérias, chorar copiosamente perante os homens, mas ocultar isso de Deus. Podemos falar para todo mundo dos nossos problemas, sem precisar recorrer a Deus. Orar é mais que conversar com Deus, mas uma questão de fé. Como um bom amigo, o Senhor deseja que venhamos a ser seus confidentes . A oração se estabelece quando resolvemos ter um conversa e um relacionamento sincero com Deus. Vemos que a Igreja primitiva  se reuniu em comunhão e oração por 50 dias até que a presença do Espírito Santo se manifestasse a eles, revestindo-os de poder.
Aqueles homens e mulheres não estavam buscando bençãos para seus próprios interesses, mas buscavam a presença de Deus em oração.
Eles não estavam ali, para serem abençoados com bençãos terrenas ou algo parecido, mas estavam ali para serem abençoadores.
Eles não estavam realizando reuniões  para traçar a melhor estratégia de evangelismo, mas estavam fazendo a vontade do Pai , buscando poder do Alto.
Não estavam cada um por si naquela reunião, mas estava em unidos, concordemente, num mesmo lugar, até que a presença de Deus fosse manifesta em seu meio. (At 2:1)
A terceira condição para visitação de Deus é “buscar a face de Deus” – O  item 3  fala sobre buscar a Sua face e vemos que existem outros dois processos que o antecedem (humilhação e oração) e um posterior(conversão) que são importantíssimos para que entendamos o que é buscar a sua face. Não pudemos ver a face de Deus numa forma literal senão morreríamos. (Ex 33:20).
Buscar a face de Deus é uma figura de linguagem usada nas Escrituras para expressar uma comunhão e intimidade com Ele.
Diz assim a Palavra de Deus:
E busca-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração (Jr 29:13).
Quando O buscamos e o encontramos vemos a Sua manifestação e Sua  presença. Como está escrito:
“Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada.” (Gênesis, 32:30).
“E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo(Ex 33:20)
Como já foi dito buscar a face de Deus é buscar fazer a Sua vontade de todo o nosso coração.  Não basta dizer que busca a face de Deus se essa busca não resultar numa transformação concreta.
A quarta condição é justamente a transformação de uma alma, ou seja, a conversão sincera do pecador a Deus. Conversão significa  mudança de caminho, ou seja, mudança de vida. Quando a visitação de Deus ocorre não há como sairmos da mesma forma e da mesma maneira.  Quando a Igreja resolve buscar a face de Deus muitas pessoas são salvas, produzindo salvação em massa. A conversão é a real consequência de quem “realmente” busca a Deus.
Os maiores avivamentos e visitações de Deus  foram produzidos por pessoas que se quebrantaram ou seja se humilharam, que revolucionaram o mundo com uma oração diferenciada de busca a Deus e não meramente religiosa.  A transformação sempre ocorreu quando pessoas buscavam a face de Deus.  E isso vai desde os avivamento bíblicos como de  Neemias (Neemias 8),  o de de pentecostes(Atos 2) até os atuais.
Como exemplo  podemos citar alguns como o grande avivamento que sacudiu Gales, por Evan Roberts quando este resolveu buscar a Deus e incendiar aquela região. Conta a história  que jovem Roberts pedia duas coisas: Que fosse cheio do Espirito Santo e que Deus enviasse um reavivamento em Gales. E anos mais tarde houve o cumprimento da oração de Roberts onde 100 mil pessoas se converteram a Deus a ponto de bares ficarem vazios,bíblias venderam a milhares e o assunto não era outro senão as reuniões que aconteciam naquele lugar. Porque não citar William Seymour e o avivamento da Rua Azuza.. que impulsionou o movimento pentecostal..
O interessante e a similaridade de muitos despertamentos e avivamentos bíblicos foi que em muitos havia um declínio moral e espiritual do lugar. Parecia que a fé na terra havia desaparecido.  Também nesses avivamentos toda busca por Deus era precedida de um juízo divino.
Toda busca por Deus modificava uma sociedade através do impacto da palavra de Deus e da Sua manifestação gloriosa. Mas o diferencial desses despertamentos foram que muitas pessoas se dispuseram a buscar a face do Senhor de todo coração, ou seja, com inteireza de coração.
Em todos esses avivamentos houve a presença manifesta de Deus, ocasionando sinais, maravilhas e coisas extraordinárias,  mas que  acima de tudo houve salvação e conversões que mudaram uma sociedade. Todas essas coisas testificavam  o que está escrito na Palavra que quando O buscamos, Ele verdadeiramente “sara nossa terra”.
Que possamos nós, como igreja brasileira buscar a face de Deus, nos humilhando, orando, e buscando a face do Senhor para que o avivamento de Deus seja uma realidade em nossa nação e muitos sejam salvos para honra e glória do Seu Nome.

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