quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

OPINIÃO--Amor-próprio também tem a ver com o tipo de amor que você aceita receber

Ninguém deve abrir mão de sua dignidade.


Amor. (Photo by Tim Marshall on Unsplash)


Algumas pessoas confundem o amor com uma metáfora vazia. Não entendem que não se trata apenas de sentimento, mas de comportamento, gestos de respeito, carinho, cuidado, comprometimento e atenção.
E no amor não existe uma “cláusula” que obrigue qualquer pessoa a abrir mão de sua dignidade. É preciso certa dose de amor-próprio, de respeito a si mesmo, reconhecimento do seu valor.
Não há nenhuma contradição em um líder cristão estar orientando tal cuidado, já que a Bíblia diz que devemos “amar ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22.39), o que exige alguns critérios para manter o amor-próprio no devido lugar.
No entanto, o que estou salientando aqui é que o amor-próprio também tem a ver com o tipo de amor que você aceita receber. Isso é aplicável a todas as relações interpessoais. Ter certo cuidado consigo é saudável.
Recebo frequentemente em meu gabinete de aconselhamento pastoral pessoas que estão sofrendo por aceitarem um falso amor. Elas nos procuram, a mim e minha esposa Marvi, completamente destroçadas.
“Ter cuidado de si mesmo” é um conselho bíblico eficaz para todas as áreas de nossas vidas (1 Timóteo 4.16). Isso quer dizer que se o amor que você tem aceitado te traz sofrimento, frustração, tristeza e baixa autoestima, então existe algo errado.
Sem falar naqueles relacionamentos abusivos, onde há humilhação, ofensas verbais, pressão psicológica e até violência física – algo inaceitável. Muitas pessoas se mantem presas a este tipo de relacionamento.
A meu ver, pessoas que aceitam comportamentos negativos como sendo amorosos não têm amor-próprio, já que estão se desvalorizando ao permitir que outras pessoas as tratem com indiferença.
Algumas pessoas confundem o amor com uma metáfora vazia. Não entendem que não se trata apenas de sentimento, mas de comportamento, gestos de respeito, carinho, cuidado, comprometimento e atenção.
E no amor não existe uma “cláusula” que obrigue qualquer pessoa a abrir mão de sua dignidade. É preciso certa dose de amor-próprio, de respeito a si mesmo, reconhecimento do seu valor.
Não há nenhuma contradição em um líder cristão estar orientando tal cuidado, já que a Bíblia diz que devemos “amar ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22.39), o que exige alguns critérios para manter o amor-próprio no devido lugar.
No entanto, o que estou salientando aqui é que o amor-próprio também tem a ver com o tipo de amor que você aceita receber. Isso é aplicável a todas as relações interpessoais. Ter certo cuidado consigo é saudável.
Recebo frequentemente em meu gabinete de aconselhamento pastoral pessoas que estão sofrendo por aceitarem um falso amor. Elas nos procuram, a mim e minha esposa Marvi, completamente destroçadas.
“Ter cuidado de si mesmo” é um conselho bíblico eficaz para todas as áreas de nossas vidas (1 Timóteo 4.16). Isso quer dizer que se o amor que você tem aceitado te traz sofrimento, frustração, tristeza e baixa autoestima, então existe algo errado.
Sem falar naqueles relacionamentos abusivos, onde há humilhação, ofensas verbais, pressão psicológica e até violência física – algo inaceitável. Muitas pessoas se mantem presas a este tipo de relacionamento.
A meu ver, pessoas que aceitam comportamentos negativos como sendo amorosos não têm amor-próprio, já que estão se desvalorizando ao permitir que outras pessoas as tratem com indiferença.
Lembre-se que o amor vai além do sentimento, fala da maneira como tratamos e somos tratados. Amar a si mesmo nos obriga a aprender a dizer não para aquilo que está causando desonra.
Apesar de a palavra amor ter sido banalizada em nossos dias, ela representa o melhor que alguém pode oferecer. Veja o que diz a Bíblia sobre o amor em 1 Coríntios 13 e versículo 4 a 8:
O amor é paciente, o amor é bondoso.
Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.
O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor durará para sempre.
Não aceite receber qualquer tipo de amor. Aprenda a se valorizar como alguém que faz parte da família de Deus. Fomos criados a imagem e semelhança do Senhor. A ordem das coisas é muito simples:
Ame a Deus em primeiro lugar. É isso o que a Bíblia orienta em diversas ocasiões, quando afirma que devemos “amar o Senhor de todo o coração” (Marcos 12.28-30Deuteronômio 6.5).
O segundo maior mandamento é: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Marcos 12.31Levítico 19.18).
Mas a Bíblia também orienta a autoestima, embora não haja nenhum mandamento do tipo: “Ame a si mesmo”. Mas ela diz que precisamos amar o próximo como a nós mesmo, o que subentende certo cuidado e respeito para consigo mesmo.
Vamos nos amar um pouco mais. Nos alimentar melhor. Praticar exercícios físicos. Estudar e pensar no futuro. Buscar a realização dos nossos sonhos. E vamos aprender a nos relacionar da maneira correta, não aceitando menos do que merecemos.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

OPINIÃO--Mais graça e menos legalismo

O mundo precisa saber o que a igreja é a favor, porque o que somos contra já está bem claro!


Bíblia. (Foto: Emmanuel Phaeton / Unsplash)





Pode parecer um tanto estranho e até incoerente, mas temos que admitir que muitos de nós cristãos evangélicos conhecemos pouco da graça e do amor de Deus.
É estranho porque basicamente o cristianismo é fundamentado na teologia do amor, perdão e da graça de Deus, a qual afirma que o Eterno Deus misericordiosamente nos amou e enviou o Seu filho Jesus Cristo para a nossa salvação.
Como está escrito no verso mais destacado do Novo Testamento: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Único Filho, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). Diante disso, deduz-se que toda a ação amorosa de Deus em torno do ser humano é permeada pela graça, que etimologicamente significa “favor imerecido”, ou seja, não há em nós absolutamente nada que possa atrair o mínimo do cuidado de Deus.
Somos imerecedores de qualquer bênção dos Céus, mesmo aquelas que consideramos comuns como: a bênção de respirar, a bênção de ver a luz do sol a cada manhã ou a bênção de desfrutar da refrescante chuva após uma tarde de calor. Somos o povo que alcançou o favor do Pai.
Não é curioso que sendo toda a história da salvação permeada pela graça divina conheçamos tão pouco desse atributo de Deus? Talvez a explicação para isso esteja no lado oposto da graça, onde mora o legalismo e a religiosidade humana.
O legalismo é uma forma de ver a vida e também uma forma de se relacionar com Deus e com as pessoas. Trata-se de uma proposta de vida baseada em pressupostos de justiça própria, isto é, o conceito de que as atitudes de justiça por parte do indivíduo concederão a ele direitos em relação às bênçãos de Deus e à vida melhor que Ele pode nos dar. Sendo assim, a pessoa legalista experimentará um sentimento interior de possuir crédito junto ao Todo Poderoso.
De forma prática, a proposta do legalismo funciona da seguinte maneira: a pessoa aprende que quanto mais íntegra for sua vida, maiores serão as bênçãos que ela alcançará. Então ela passa a tentar agradar a Deus com atitudes que entende serem de acordo com os princípios bíblicos aprendidos.
No entanto, ela descobre que nem sempre isso é possível, devido suas limitações e sua natureza pecaminosa. Em vista disso, a pessoa começa a experimentar uma culpa interior por ser pecador, por desagradar a Deus, por sentir-se em débito com o Eterno e por achar que a qualquer momento Deus irá castigá-la.
Sendo assim ela se esforça ainda mais para cumprir os preceitos bíblicos a fim de agradar a Deus. Como não consegue, passa a experimentar uma culpa maior ainda, além de um sentimento de inadequação. Começa a pensar que Deus já não a ama como antes e que a qualquer momento poderá perder sua salvação. A sua religião se torna neurótica e o indivíduo passa a viver sob o peso insuportável de um julgamento interior (de si mesmo) e exterior (da lei).
Este é o momento perigoso em que duas coisas podem acontecer: ou a pessoa se desequilibra emocionalmente e passa a viver uma vida dupla tornando-se um cristão problemático ou ela abandona a fé, culpabilizando alguém e a si mesmo, além disso, carrega mágoa e dor para o resto de sua vida. Esta é o porquê de muitas pessoas ligadas à fé cristã estão deprimidas, isoladas, internadas em hospitais psiquiátricos, e alguns, rabugentos, amargosos e até revoltados com família e instituições religiosas.
Por esta razão, é importante ler a Bíblia, ter uma fé cristã saudável, equilibrada e sensata, não tendo expectativas erradas sobre a realidade humana e a proposta de Deus para cada um de nós. Jesus deseja que seus seguidores sejam pessoas sadias emocional e espiritualmente.
Precisamos retornar à mensagem da graça de Deus, que diz que o Pai Celestial nos aceita como nós somos, que nos ama do mesmo jeito a cada dia e que nos abençoará tão somente pela Sua misericórdia e não em função de nossas ações.
Entender a graça de Deus significa entender que o Eterno não reagirá às nossas ações, somos nós que reagimos às Suas ações de amor e de cuidado constante.
Se servimos a Deus, se procuramos viver de forma íntegra, se procuramos agradar a Deus com o nosso viver, não porque achamos que isso atrairá as bênçãos dos Céus sobre nossas vidas, agimos assim como uma resposta de amor a um amor maior. Mais do que nunca precisamos de mais graça e menos julgamento, mais reconciliação e perdão.
Estou convicto que precisamos de uma fé que nos tire da pressão ao invés de aumentar o peso sobre nossos ombros. Talvez precisemos ouvir do Eterno as mesmas palavras que o apóstolo Paulo ouviu em determinado momento de sua vida: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9, ARA).
Talvez isso aquiete os nossos corações e nos torne pessoas mais tranquilas e serenas, com um coração cheio de fé e amor, e menos cheio de religiosidade fundamentalista ou idólatra, baseado num ambiente de amor e graça, mediante a um relacionamento pessoal de amor com a pessoa de Jesus em nossa vida.
O mundo precisa saber o que a igreja é a favor, porque o que somos contra já está bem claro para o mundo sem Cristo. Devemos amar mais e julgar menos, porque não podemos esperar comportamento de santidade de quem ainda nem conhece a Jesus como Salvador e Senhor. Um cristão sem a vida na graça, é um cristão sem graça.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

SOCIEDADE--Mulher “ressuscita” de morte cerebral e emociona médicos: “Isso foi Deus”

“Deus todo poderoso é quem vai fazer essa obra”, afirmou pai de Karina Souto.


Karina Souto Rocha. (Foto: Reprodução



A história da empresária Karina Souto Rocha, 29 anos, tem impressionado os médicos. Baleada pelo ex-namorado, ela teve morte cerebral confirmada, mas milagrosamente voltou a viver.
“O médico me chamou e disse que o quadro dela era irreversível. Os exames mostravam que não tinha mais o que a medicina fazer pela minha filha, mas no meu coração eu sentia que ela não iria morrer”, afirmou José Rocha Cardoso, 56 anos, pai da vítima.
Apesar dessa notícia, Cardoso manteve a fé e expressou ao médico que acreditava em milagres.
“Eu falei para ele [médico] que ela tinha 1% de vida e esse 1% ia vingar, porque o Deus todo poderoso é quem vai fazer essa obra. Enquanto ela tiver fôlego, estiver respirando, esse 1% vai vingar”, relembrou ele em entrevista à TV Band de Mato Grosso.
Quando a equipe médica ia desligar os aparelhos, uma enfermeira percebeu que Karina havia mexido as mãos e, assustada, chamou a paciente pelo nome, que respondeu movimentado a cabeça.
Emocionada, a enfermeira chamou o médico e ele também se emocionou com a recuperação de Karina.
“Achei que ele falaria que havia desligado os aparelhos, mas disse que a Karina havia reagido e acrescentou: ‘Isso foi Deus, porque eu não fui e a medicina não alcança esse resultado’. Os médicos e enfermeiras todos choraram comigo. Todo mundo sabia que a Karina voltou por um milagre”, disse o pai.
Karina continua na UTI e seu estado é grave, apesar dela estar estável.
“Ela abre os olhos e entende tudo o que conversamos, só a fala ainda não voltou, mas isso é questão de tempo. Está respirando com ajuda de aparelhos, mas a pressão e os batimentos cardíacos estão normalizados. Está tudo certo com ela”, afirmou o pai.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Mulher vamos aprender a empreender? Venha participar do workshop do Programa Ela Pode com o apoio do Google

BLOG FOCO & VERDADE



Faremos capacitações nas áreas de:
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Esperamos você 🌺

Eu Posso, Você Pode, Ela Pode!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

ESTUDOS BÍBLICOS--Quais são os pecados contra o Espírito Santo?

“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.” (Ef 4:30,31)

Chama de fogo. (Foto: Paul Bulai / Unsplash)


Por 


Este é um tema muito debatido em círculos cristãos, e aqui apresento uma visão panorâmica à luz da Bíblia do que são os pecados contra o Espírito Santo.

Resistência ao Espírito Santo

Este pecado contra o Espírito Santo pode ser compreendido pelo modo como Estevão terminou o seu sermão: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo” (At 7:51). Resistir ao Espírito Santo é recusar, de forma consciente, a sua vontade divina transmitida por Ele.

Entristecer ao Espírito Santo

Na epístola aos efésios está escrito: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.” (Ef 4:30,31)

Como podemos entristecer o Espírito Santo?

Entristecemos o Espírito Santo quando estimulamos as obras da carne por meio da conversação maligna e corrupta, da linguagem impura e pecaminosa. Ademais, muitos entristecem o Espírito Santo quando se esquecem que Ele nos convence do pecado, levando-nos próximos à justiça e ao juízo, e assim, quando não aceitamos a correção do Espírito e insistimos em praticar coisas que entristecem o Espírito de Deus, Ele se entristece, afinal, Ele é uma Pessoa.

Mentir ao Espírito Santo

A mentira ao Espírito Santo está categoricamente exemplificada na passagem em que Pedro, pelo Espírito, denuncia a mentira de Ananias e Safira:
“Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5:3)
O sentido da palavra “mentira” em Atos 5:3 corresponde a “contar uma falsidade como se fosse verdade”. Quem mente ao Espírito Santo menospreza a sua deidade. Ele é Deus!

Extinguir o Espírito

O apóstolo Paulo, escrevendo aos tessalonicenses, exortou-os: “Não extingais o Espírito” (I Ts 5:19). Assim acerta o pastor e escritor Hernandes Dias Lopes, quando em seus livros e palestras afirma que deve haver um equilíbrio entre fervor espiritual e conhecimento teológico, pois quando temos conhecimento sem fervor, pode-se gerar em nós certo formalismo.
Já fervor sem conhecimento pode gerar fanatismo. Desta feita, muitos nos últimos anos têm escrito acerca deste equilíbrio que deve haver na Igreja, entre a exposição da Palavra e a ação do Espírito Santo. Se por um lado não podemos concordar com as meninices e com o fanatismo, por outro não haveremos de nos conformar com um cristianismo ritualista e árido, que anule a ação do Espírito.
Como crentes fundamentados na Palavra e no equilíbrio, devemos buscar a ação do Espírito, baseado na Palavra, pois ela é a voz do próprio Espírito. Em suma, quando se perde a essência do cristianismo, apaga-se o amor, o que, por conseguinte, gera uma vida cristã apática, sem vida no Espírito. Para que não venhamos a extinguir a ação do Espírito, devemos sempre permanecer como os apóstolos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2:42).

Blasfêmia contra o Espírito Santo

“Portanto, eu vos digo: toda forma de pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.” (Mateus 12.31-32)
A orientação apresentada por Jesus neste relato difere a blasfêmia contra o Espírito Santo de todos os outros tipos de pecado dentro da narrativa bíblica. Desta feita, é preciso analisar, à luz da exegese do Novo Testamento, a relação das expressões usadas neste período. A tradução da versão inglesa King James traduz a expressão passa hamartia por “toda forma de pecado”.
É evidente, no entanto, que o sentido da expressão é “toda outra espécie de pecado”. Portanto, a blasfêmia contra o Espírito Santo não está inclusa nesta expressão. As traduções de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil (Sociedade Bíblica do Brasil) e Revista e Corrigida, vindo literalmente do grego, trazem-nos que todo pecado, obscurece o sentido mais amplo. Todavia, existem várias possibilidades sobre o que realmente é blasfemar contra o Espírito Santo. Acerca deste tema tão difícil, começam a surgir várias opiniões, como por exemplo, o que ocorre entre alguns dos pentecostais extremados, os quais afirmam que “blasfemar contra o Espírito Santo” é:
  1. Descrer, duvidar de alguém que fala em línguas;
  2. Rir ou escarnecer;
  3. Não crer na ação do Espírito Santo durante o culto;
  4. Duvidar de qualquer coisa que seja sobrenatural.
Por outro lado, os cessacionistas (os que não creem em dons), ou os mais tradicionais, chegam a afirmar que os exageros do movimento pentecostal ou do neopentecostalismo não deixam de ser uma espécie de blasfêmia contra o Espírito Santo. Contudo, tanto os ultrapentecostais como os cessacionistas, ou tradicionais extremados, demonstram muito exagero e até mesmo fanatismo na exposição destas opiniões, ausentes de coerência teológica. Poucos se detêm a examinar o contexto das passagens bíblicas alusivas à blasfêmia contra o Espírito Santo, como acontece na maioria dos casos dos assuntos aparentemente divergentes na Bíblia.
A análise do texto elucida alguns pontos aos quais devemos nos atentar. Os textos relevantes são encontrados nos três primeiros evangelhos, chamados “evangelhos sinóticos” (que devem ser vistos em conjunto). Em Mateus 12, as afirmações de Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ditas foram quando Ele curou um homem possesso de demônios cujo domínio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não é mencionada; Lucas registra a cura no capítulo 11, e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12:10.
Considerar o mal como bem ou que luz eram trevas, era prática comum entre os fariseus. Esse ato traz em si mesmo um alerta anunciado pelo profeta Isaías (Is 5:20), e agora reinterpretado por Jesus como blasfêmia contra o Espírito Santo.
Ao longo da história, muitos estudiosos emitiram sua opinião sobre este tema. Segundo Irineu, blasfêmia contra o Espírito Santo seria a rejeição do evangelho. Para Atanásio, a negação da divindade de Cristo, a qual teve sua evidência ao homem pela concepção do Espírito Santo. Já para Orígenes, toda a quebra da lei após o batismo. Finalmente, Agostinho acreditava que a blasfêmia contra o Espírito representada era pela dureza do coração humano, rejeitando a obra de Cristo.
Vemos que a acusação feita contra Jesus em Mateus 12:24 (“Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios”) denuncia, erroneamente, que ele não passa de um simples curandeiro, cujos exorcismos são feitos pelo poder do Maligno, acusação que se repete nos evangelhos. Contesta-se, assim, o verdadeiro significado e a semântica do poder e das obras do Messias. Não vemos, no texto, a negação da realidade do milagre, mas a acusação de que o mesmo é diabólico, negando-o como sinal do poder soberano de Deus.
A reação de Jesus acontece por meio de uma série de parábolas rápidas que demonstram ser ilógico pensar que Satanás daria poderes a
Jesus a fim de destruir a si próprio. A última parábola (Mt 12:29), acerca de apoderar-se dos bens do valente, pode ser uma alusão a Isaías 49:24-25, em que Deus descreve a salvação futura com o mesmo tipo de figura de linguagem.
A existência de um pecado imperdoável tem mexido com a mente dos cristãos em todo mundo e em todos os séculos do cristianismo. Podemos observar, no contexto apresentado pelo evangelista, que a advertência de Jesus dirige-se contra os que rejeitam sua mensagem, ao chamá-la de satânica. No entanto, vemos que, se há preocupação pelo fato de que algo possa eliminar o ato do perdão de Cristo, isso é, ironicamente, evidência de que o homem crê em Cristo, e que o mesmo fora enviado por Deus, provando que tal pessoa, Jesus, não cometera o pecado contra o qual o Senhor adverte.
A blasfêmia contra o Espírito Santo é rejeitar a Graça preciosa para a salvação em Jesus Cristo.
Desta forma, podemos concluir que apenas aqueles que se declaram apáticos às boas novas do Cristo poderiam blasfemar contra o Espírito Santo, e não os cristãos, conforme recomendação do apóstolo Paulo em Efésios 4:17-22“E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano (…)”.
Acerca desse terrível pecado, o mundialmente pregador Billy Graham declara em seu livro “O Espírito Santo“, nas páginas 134 e 135, o seguinte: “O pior pecado que um ser humano pode cometer contra o Espírito Santo é blasfemar contra Ele. A razão disto é clara: para este pecado não há perdão. Todos os outros pecados contra o Espírito Santo são cometidos por crentes. Podemos nos arrepender deles, receber perdão, e fazer um novo começo. Com a blasfêmia contra o Espírito Santo é diferente. Este pecado, chamado de “o pecado imperdoável”, é cometido por descrentes Os inimigos de Jesus, quando O acusaram de expulsar demônios pelo poder de Satanás apesar de Ele ter dito antes que os expulsava pela poder do ‘Espírito de Deus’, cometeram este pecado. Então Jesus continuou: ‘Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isto perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isto perdoado, nem neste mundo nem no porvir’ (Mt 12:31, 32)”.
Enquanto o Espírito estiver se ocupando de uma pessoa, esta não comete tal pecado imperdoável. Porém, quando alguém tanto se opõe ao Espírito Santo que Este o deixa de lado, então esta pessoa está em perigo. Noutras palavras, o pecado imperdoável implica na rejeição total e irrevogável de Jesus Cristo. Creio que é sobre isso que Estevão estava falando no sermão que pregou pouco antes de ser martirizado: “Homens de dura cerviz [teimosos, BLH]! Vós sempre resistis ao Espírito Santo” (Atos 7:51).
Portanto, acredito que a chave está na afirmação de Billy Graham: “o pecado imperdoável implica na rejeição total e irrevogável de Jesus Cristo (…)”.
Louis Berkhof, em sua “Teologia Sistemática”, página 249, expressa: “Não é tanto um pecado contra a pessoa do Espírito Santo, como contra a Sua obra oficial, que consiste em revelar, tanto objetiva como subjetivamente, a Graça e a Glória de Deus em Cristo. A raiz desse pecado é o consciente e deliberado ódio a Deus e a tudo quanto se reconhece como divino. É imperdoável, não porque a sua culpa transcende os méritos de Cristo, ou porque o pecador esteja fora do alcance do poder renovador do Espírito Santo, mas, sim porque há também no mundo de pecado certas leis e ordenanças estabelecidas por Deus e por Ele mantidas. E, no caso de pecado particular, a lei é que ele exclui toda a possibilidade de arrependimento, cauteriza a consciência, endurece o pecador e, assim, torna imperdoável o pecado. Daí, nos que cometeram esse pecado podemos esperar ver um pronunciado ódio a Deus, uma atitude desafiadora para com Ele e para com tudo quanto é divino, um prazer em ridicularizar e difamar aquilo que é santo, e um desinteresse absoluto quanto ao bem-estar da alma e à vida futura. Em vista do fato de que esse pecado não é seguido pelo arrependimento, podemos estar razoavelmente seguros de que os que receiam havê-lo cometido e se preocupam com isso, e desejam as orações doutras pessoas por eles, não o cometeram.”
Referências
GRAHAM, Billy. O Espírito Santo. Edições Vida Nova, São Paulo.
MARTINS,Orlando. Diaconia Cristã. AD Santos, Curitiba, 2016.
MARTINS, Orlando. Um presente de Deus para você. Editora Candeia. São Paulo, 2014.
NORDSTOKKE, Kjell (Org). A Diaconia em perspectiva bíblica e histórica. Tradução de Werner Fuche. Escola Superior de Teologia/ Ed. Sinodal. São Leopoldo, RS. 1ª Edição, 2003.304 p.
OLIVEIRA, Raimundo. A Doutrina Pentecostal hoje. Edições CPAD. Rio de Janeiro, 1983.
SILVA, José Apolonio. Grandes perguntas pentecostais. Edições CPAD. Rio de Janeiro, 2004.
STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. Edições Vida Nova. São Paulo.


sábado, 1 de fevereiro de 2020

ESTUDOS BÍBLICOS--Vença o egocentrismo

Não vos conformeis com os padrões deste mundo. Sede transformados pela renovação da vossa mente





Por
 


A realidade dos nossos dias é dura. O pensamento egocêntrico tem sido a marca dessa geração. Quantas vezes não identificamos o ego falando mais alto, ou melhor, gritando em comportamentos por aí? Essas atitudes não agradam a Deus e o foco cristão não é amar a si mesmo acima de tudo e todos. É amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso irmão como a nós mesmos. Aqui, o foco muda. Não vivo para mim, não vivo para me engrandecer. Eu vivo para servir.
O mundo não ensina isso, pelo contrário, ensina a valorização do eu. A palavra de Deus nos instrui a andarmos na contramão do mundo e não segundo os seus princípios. O evangelho nos conduz a saber que o cristianismo envolve renúncia do eu, a morte da vontade e a entrega da auto realização aos pés da cruz. O apóstolo Paulo, na carta aos romanos, atesta: “E não vos conformeis com este século, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).
Não devemos seguir os preceitos deste mundo, não devemos nos conformar com o que temos visto em nossos dias. Onde quer que estejamos, nós somos chamados para propagar o amor de Deus e a Sua verdade. Jesus nos deixa uma lição tão preciosa “Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:28). O próprio Cristo, o Deus de todas as coisas, sim, ele nos ensinou sobre humildade e nos instruiu a andarmos como Ele andou.
Não precisamos ir longe para encontrarmos comportamentos egocêntricos. A era moderna é marcada por excesso de autoafirmação. As redes sociais estão repletas de pessoas que expõem suas vidas ao nível máximo para impressionar outras pessoas. Muitas vezes, o amigo não aproveita o café da tarde com o outro como deveria. O encontro serve de pretexto para fazer mais um registro nas redes. Ou, ao encontrar com a família no almoço de domingo, a mesa vira uma espécie de “disputa” para ver quem é melhor, quem tem mais posses, quem é mais atarefado, quem é mais e mais…
Muitos cristãos estão esquecendo de sua missão na caminhada. Estão à vontade diante dos padrões deste mundo. Lembre-se novamente do alerta do apóstolo Paulo – Não vos conformeis com este mundo! O evangelho de Jesus não tem como foco afagar o nosso ego, não! O evangelho nos fala de mudança, de confronto, de humildade, de perder para ganhar.
Não relativize princípios. Não tente moldar os desígnios de Deus conforme interesses pessoais. A palavra de Deus é infalível e imutável, ela não irá mudar para se adequar ao nosso tempo. Deus não muda princípios para acompanhar a “modernidade”. Volte os olhos para a missão: Não vos conformeis com este mundo”. Que sejamos agentes transformadores e não conformadores.


ESTUDOS BÍBLICOS---Elias foi alimentado por corvos

  O contexto bíblico mostra que Deus realiza o extraordinário para cuidar de Elias. Corvo (Foto: Reprodução/Canva) “Pergunte, porém, aos ani...